[ʁu.ˈʒɛ.ɾi.u ˈnu.nu ˈkɔʃ.tɐ]

verbo advérbio

(Eu) lamento imenso/a(mente)


advérbio verbo

Eu lamento imensamente


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nome adjectivo

(Um) lamento imenso

adjetivo substantivo

(Um) imenso lamento






LAMENTO IMENSO | MONTEMOR-O-VELHO (preview #1), Festival Citemor, August 2022. Ph © Susana Paiva







PRÓXIMA APRESENTAÇÃO:


Festival Citémor

Teatro Académico Gil Vicente, Coimbra

21.07.2023, 21h30

 

Criação & Interpretação: Rogério Nuno Costa | Colaboração: João Pedro Fonseca | Interlocutorxs (2022-23): Susana Mendes Silva, Pedro Penim, Patrícia Portela, Mafalda Banquart, Tiago Jácome, Emanuel Santos, Tiago Araújo, Bernardo Chatillon | Paisagem Sonora: João Pedro Costa | Artwork & Assistência: Jani Nummela | Direcção & Operação Técnica: André Teixeira | Desenho de Luz (versão ‘Helsinki’): Tobias Lönnquist & Rogério Nuno Costa | Fotografia de Cena: Susana Paiva.

 

Co-produção: Festival Citemor e Teatro Académico Gil Vicente | Residência de Co-produção: O Espaço do Tempo (Artista Associado) | Residências de Pesquisa: Teatro Esther de Carvalho/Festival Citemor (1.ª apresentação-em-progresso, julho-agosto 2022), Companhia Inestética/Residências no Palácio | Pré-estreia (2.ª apresentação-em-progresso, fevereiro 2023): Festival New Theatre Helsinki, Svenska Teatern (Helsínquia, fevereiro 2023) | Apoios: Post Theatre Collective, Galeria Municipal de Arte de Almada.




Apresentação incluída no programa RETROSPECTIVA.

Mais info brevemente...







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LAMENTO IMENSO | HELSINKI (prévia #2), Festival New Theatre Helsinki, Swedish Theatre (Helsinki), fevereiro-março de 2023. Ph © Quentin Wachter








LAMENTO IMENSO tem duplo sentido em português dependendo de qual função gramatical atribuímos a cada palavra. Como verbo seguido de advérbio, significa “lamento imensamente”. Como substantivo seguido de adjetivo, significa “Um imenso lamento”. (Eu) lamento imenso, (um) lamento imenso. Literalmente, é uma forma formal de dizer sinto muito, sinto muito, minhas desculpas, lamentamos profundamente, lo siento mucho (sinto muito), sinto muito, désolé (devastado), desolado, pahoittelen suuresti, desculpa ... Figurativamente, é um grito de socorro: “Lamento imensamente que este lamento seja tão imenso”. Este exercício metalinguístico é a espinha dorsal de LAMENTO IMENSO, um espetáculo teatral que consiste numa carta de amor entrelaçada com uma carta de despedida. Uma carta para e uma carta de. Simultaneamente. E retrospectivamente: como realizar, por meio da escrita, da leitura, da tradução, da interpretação e da legendagem, uma narrativa memorial que se apresenta como “auto-“, “bio-“ e “gráfica”, sem nunca ser “autobiográfica”? Como atribuir mais importância à legenda do que ao objeto (legendado)? Como alguém pode obscurecer o passado, suas glórias e suas quedas, para sobreviver/ser aceito pelo presente? Como se pode falar de incompreensão e desilusão quando não há (mais) vítimas a quem culpar? Isto é, como alguém pode amar incondicionalmente um lugar ao qual não pertence?


Ao longo de 2023, ativarei LAMENTO IMENSO em vários lugares – onde moro, já morei, adoraria morar, pretendo morar –, comentando assim minha condição de expatriada através de lentes geográficas, políticas, metafísicas e emocionais. A(s) performance(s) resultante(s) servirão de acompanhamento crítico para um livro retrospectivo sobre o meu trabalho que será publicado pelo Sistema Solar de Lisboa (com o Teatro Praga como editor); enquanto o livro é só celebração, sucesso e conquista, a performance será sobre retraimento, invisibilidade e esquecimento. Estou interessado em falar sobre tudo o que “deu errado” como forma de abordar as razões (mais ou menos) universais que explicam o hiato estético(ético) que separa artistas de obras de arte, artistas e obras de arte de espectadores, o acima mencionado de instituições e instituições de tudo/todos os outros. Para o New Theatre Helsinki Pop Up 2023, compartilharei uma versão work-in-progress deste “lamento imenso”, um elogio sacrificial (queer) ao fracasso e ao isolamento auto-imposto apresentado como atos de resistência. Por outras palavras, a minha carta de amor/despedida a Helsínquia.




Rogério Nuno Costa

Helsínquia, 2023





Lamento Imenso | Helsinki

[prévia #2, Svenska Teatern / New Theatre Helsinki Festival "Who Belongs To Finland?", fevereiro/março de 2023]




Dear, silly, Rogério,








Eu te escuto.

Acredite ou não, tenho ouvido você o tempo todo.

Estou ouvindo você agora mesmo, enquanto falo, minha voz projetada em seu rosto miserável esperando desesperadamente por alguma reação, seus olhos bem abertos, levemente úmidos, sua boca murmurando algo indecifrável em inglês continental, uma busca tímida por algum tipo de silêncio , perdão silenciado.

Você é um homem de palavras, Rogério. Droga, você fala muito! Estou surpreso que você tenha esperado tanto tempo para me contar sobre essa sua lamentável frustração. Por favor, permita-me repetir, da maneira mais finlandesa possível, a mesma resposta desanimadora e falsamente empática às suas reclamações que você deve ter ouvido ao longo de todos esses anos. É mais ou menos assim:

“Lamento saber que sua experiência aqui não tem sido tão positiva…”.

Feito.

Bem...

Depois vem o aceno ridiculamente discreto, os olhos vergonhosamente voltados para o chão, alguns segundos do mais constrangedor silêncio, e no final o corpo se afastando covardemente, evitando qualquer novo confronto.

Sim, eu sei, posso fazer melhor...


Posso, por exemplo, treinar minha visão para poder ver tanto o rosto quanto a multidão. Simultaneamente. De novo: posso te ouvir e posso te ver, meu querido Rogério. Mas também posso reconhecer que não há nada mais claramente invisível do que a perdição. Não há salvação. Aquilo de que você tem fugido não passa de uma sombra. Afinal, não se trata da agressividade da evasão, mas da adaptabilidade da permanência. Peço desculpas por não ter percebido você caindo. Mais importante ainda, peço desculpa por não ter avistado os atiradores. Mas eu sei quem eles são. Eu realmente quero! Então, por favor, deixe-me realizar este exercício de autopiedade contraditória: "Não é minha culpa, mas vou assumir a culpa deles sobre mim." Aqui vou eu:

I’m sorry, Rogério.


Sinto muito por ter crucificado você por esse único erro. Sinto muito por ter fechado a porta na sua cara quando você tinha algo importante para me contar. Sinto muito por não ter aceitado suas desculpas. Sinto muito por ter transformado você em um fantasma depois de ter prometido que me importaria. Me desculpe por não ter me importado. Sinto muito por ter dito que você é muito cheio de si, travesso, perigoso, complicado, teimoso demais, problemático. Sinto muito por ter brincado sobre o seu currículo ter mais de duas páginas. Sinto muito por ter visto você como uma ameaça. Lamento ter pensado que você poderia ter algumas razões obscuras e egoístas para estar na Finlândia. Lamento não ter acreditado quando disse, apaixonadamente e em voz alta, que o seu amor pela Finlândia é puramente estético, e que na língua portuguesa a palavra “ética” está lindamente encapsulada dentro da palavra “estética”, e que a sua presença aqui não é uma metáfora de um projeto de vida, mas uma passagem inconfundível à l'acte, tão real quanto o seu sangue, suor e lágrimas. Me desculpe por ter rido dos seus jogos de palavras absurdos, por ter chamado você de ridículo. Lamento ter gritado contigo, que uma vez vieste pedir ajuda, que “se o teu trabalho é mais apreciado em Portugal, então devias voltar para o teu país!” Ai… Sim, eu sei. Sinto muito, Rogério, por ter dito que não há lugar para você aqui, “infelizmente”, que recebemos uma quantidade de inscrições maior do que esperávamos, e então, blá, blá, blá… Que todas as vagas disponíveis para Rogério já foram tomadas. Me desculpe por ter te ignorado, esquecido de você, te diminuído, te humilhado, te descartado. Sinto muito por ter avisado aos meus superiores que você não é confiável. Me desculpe por ter tirado sua cadeira da sala de aula (Sim, fui eu!) Me desculpe por ter zombado de sua decepção com memes pré-fabricados: a vida é decadência, você sempre estará verdadeiramente sozinho, você é dispensável, nada acontece por um motivo, você vai morrer, será esquecido, será como se você nunca tivesse existido.


Eu realmente sinto muito.

É isso. Acabou agora.

Que expurgo…


Podemos seguir em frente agora, Rogério?

A prova mais terrível de ser adulto é o reconhecimento de que temos inimigos. E o desafio final é aprender como ignorá-los. Aceite meu conselho, querido Rogério: pare de perder tempo dizendo aos babacas que eles são babacas. Se você não conseguir conquistá-los, não os convide para jogar.


Você deve aceitar que fazer arte é um ato de solidão. Essa solidão não tem nada a ver com o auto-isolamento narcisista e repressivo. Essa solidão é a sua maneira de revidar. Talvez a sua jornada seja de fato um caminho de escombros e cinzas, um vislumbre de um não-caminho, porque leva você até onde você já está. Aqui.


Você é o seu concorrente mais furioso, Rogério bobo. Apenas aproveite o passeio! E seja feliz enquanto joga para se tornar a melhor versão de si mesmo. Sim, acabei de citar RuPaul... Desculpem a falta de erudição!


Ou seja: você não pertence aqui, Rogério; você pertence a todos os lugares.


Continuarei tentando dar o meu melhor, reunindo a coragem necessária para dizer o que precisa ser dito. O palco é o lugar ideal para gritar “eu te amo”. O que torna o teatro único é que se pode dizer, não como uma resposta, mas como uma afirmação: “Eu também te amo” – eu amo porque você ama. Mas tudo isso faz parte de cada história, de cada caso. Então agora posso dizê-lo pela última vez e desta vez não vou repetir. Então escute, abra os ouvidos e segure-se em algo firme. Testando, testando… Você pode me ouvir? Sim? OK, aqui vou eu:

EU TE AMO.

Obrigado por me castigar tão gentilmente.

Seu,

Helsínquia




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Ph © Melina Smith






Lamento Imenso | Montemor-o-Velho

[prévia #1, Teatro Esther de Carvalho / Festival Citemor, agosto 2022]





(Até.)

(Cantando.)


Ai destino, ai destino. Ai destino que é o meu. Ai destino, ai destino.

Destino que Deus me deu. O amor bateu à porta, e eu deixei-o entrar.

Parecia tão diferente, confiei e fui em frente e com ele quis casar.

Infortúnio do destino esse meu passo infeliz... Fui amante atraiçoado,

fui marido mal-amado, sem saber que mal eu fiz. O amor tem destas

coisas: no princípio tudo bem. Quando se vê a verdade, p'ra voltar

atrás é tarde, p’ra recomeçar também.


(Dá meia volta e fica no mesmo lugar.)

(De joelhos, cabisbaixo, mão direita sobre o peito.)


Vivi acima das minhas possibilidades conceptuais. Fiz sempre tudo por

fora, para fora. De fora. A dar o fora. Fui exotérico. Já pedi desculpa a

Portugal por todo o mal que lhe fiz. E àquele crítico que prometeu

destruir-me. E à dívida pública. E aos Grandes Outros. E a todos os

gatekeepers que sempre me avisaram que se não tenho cartão, não

entro. A todos os dress codes que não cumpri. À tese que não escrevi.

Às rectaguardas que não lambi. Àquele novo notável que me humilhou

em praça privada. E àquele outro que me confundiu comigo próprio.

Peço desculpa todos os dias ao ne-putismo lisboeta. Aos que

ignoraram e aos que se esqueceram. A todos os que com excelsa

dedicação me chamaram de pretensioso, wannabe, fundamentalista-

com-a-puta-da-mania-não-é-de-confiar. Pedi desculpa àquela outra

porta que me chamou de burro. E àquela oportunidade perdida. E

àquele cartaz vandalizado. Amanhã, se ainda tiver coragem, pedirei

desculpa à bruxa, por ter fugido dela. E à colega. E à irmã. E à

namorada conceptual. E à fag hag. E à companheira de batalha. E a

todas as carapuças, sobretudo as encapuçadas. Vou pedir desculpa às

causas perdidas. Se as encontrar. E vou-te pedir desculpa a ti, que me

estás a ler, por mais uma vez te ludibriar com a cantiga de escárnio e

maldizer camuflada de amor e amigo. Peço desculpa aos amigos.

Todos. Tenho-vos a bater cá dentro, no ceguinho que é o meu coração,

nos sonhos por dormir, nos buracos por nascer, nos dias por ocupar,

sempre na mesma tecla, sempre na mesma tecla, sempre na mesma

tecla: DELETE. Aos deuses todos das colinas que profanei, um por um,

sem misericórdia. Contratos rasurados, comunhões de mal, manifestos

passadistas, todos os foi-sem-quereres. Peço desculpa aos idiotas das

congregações neo-feudalistas cujas cartas de admissão rasguei: a

invasão de privacidade, os tortos de autor, a palavra EU graffitada nas

vossas costas moles, sem espinha. Desculpem ter-vos desmascarado o

óbvio. Juro que não foi por mal, juro que estava mesmo ali, espetado

no nariz, à espera do dedo apontado ao olho, a boca fechada para não

deixar entrar ar, as orelhas cravadas na testa. E a estatueta que te pus

na mão para depois “Olha, que ridículo, tens uma estatueta na mão!”.

Desculpa ter-te amado tanto... Não tens vergonha?

Desculpem(-me). Por ser do NorteTM e confundir “premiável” com

“permeável”: pedra pomes jamais será esponja. Por não saber falar

baixinho, não escrever direito por linhas horizontais. Desmontar-vos a

mais insistente e desinspirada teoria da conspiração: less, perdoem-me,

é mesmo só less. Já pedi desculpa ao dinheiro. E à falta de noção. E ao

Beuys, porque somos todos artistas o caralho! E às twink’le twink’le

little stars que vieram depois, por lhes ter deixado um mundo sem

fundo para colorirem com os seus ténis da moda, depois do sol se pôr

e a escuridão esconder os erros de racord e as assimetrias de casting e

a ausência total de est(ética). Desculpem não vos ter feito saber que o

espectaculozinho já havia terminado para poderem bater palmas.

Desculpem ter-vos amado tanto, tanto, tanto, ao ponto de vos chamar

ridículos. E não ter querido jogar quando as regras até corriam de

feição, e a maré me empurrava, confiante, para a frente. Por não ter

conseguido vencer-vos, não ter sido melhor, nem sequer

necessariamente bom. Pela dislexia grave que é também um subtipo

nórdico de daltonismo e uma evidente falha na minha formação cultural

— não sei distinguir "descoberta" de "invenção". Não sei, pronto,

foram vocês que copiaram primeiro! Sois ridículos... Ter-vos aberto as

portas todas quando já só queriam que acenasse, da janela, metade do

corpo escondida para não dar nas vistas, um aquecedor nas costas e

um Papa qualquer para me benzer o talento com um proto’colinho

onde me sentar e redimir da vergonha alheia. É a mesma que sinto

quando me olho todos os dias ao espelho: “Estou quadradamente

enganado!” Fade Out. Entraste na universidade, perguntas-me. Não,

entrei na particularidade, respondo-te. Andamos a medir pilas desde

1143, não é? Precisamos de lutar afincadamente por um assento no

anfiteatro do Clube Disney, não é? Amo-vos tanto, tanto, tanto, mas

não, não é o que o Aqui me deu; é o que o Aí me tirou.

(Faz uma diagonal ao Sucesso, middle finger em riste, rezando:

“Perdoa-lhes, Senhor, que eles sabem o que fazem”.)


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Ph © Susana Paiva






Lamento Imenso | PACTO

[prévia #0, Galeria Municipal de Arte de Almada / exposição colectiva PACTO, Maio-Outubro 2022]






Lamentavelmente, o artista anonimamente designado de Lamento Imenso vem por este meio informar que a sua obra não aconteceu. Perdeu-se, extraviou-se, não chegou a tempo, correu mal. Não há aqui nada para ver, portanto. Há Nada aqui. Um vazio imenso. E imensamente lamentável. O artista anonimamente designado de Lamento Imenso diz lamentar o sucedido e pede desculpa. Fá-lo invariavelmente por via de uma mensagem endereçada electronicamente, que aqui reproduzimos.



Fwd: Lamento imenso que este lamento seja imenso.


Caros/as, Caríssimos/as, Prezados/as, Estimados/as, Exímios/as, Ex.mos/mas Senhores/as, Queridos/as, Irmãos/ãs, Colegas,


Esta missiva não vem tentar preencher o vazio, assim substituindo-o por outro porventura mais fundo que o primeiro. Esta missiva é o início de uma pequena revolução privada, que imagino imensa porque imensamente trágica — proponho resolvermos o vazio, prolongando-o. Ou seja, falemos sobre o que correu mal. Fala-se muito pouco sobre o que corre mal. Ou o que não corre, sequer; o que caminha tão devagar que parece estar sempre no mesmo lugar. Falemos de tudo o que ficou por dizer, ou o que não deu para fazer, ou até o que não devia ter sido dito/feito. O que se esqueceu, oprimiu, censurou, obstruiu, interrompeu. O que não nos deixaram dizer/fazer, ou o que não fomos capazes sequer de começar. Proponho escrevermos a (des)autorizada psicobiografia das nossas perdições, revelarmos o negativo da Vida, desaparecermos. Dessa interacção resultará uma obra (nome) que será invisível (adjectivo), e por isso só possível de fazer (verbo) artisticamente (advérbio). De modo: um pacto epistolar, pessoal e intransmissível, com @s visitantes da exposição PACTO e o artista anónimo ou anonimamente designado de Lamento Imenso, ou, por autonomásia, Rogério Nuno Costa. Para dar início à relação-derrocada, basta escreverem uma carta de despedida (pode ser nova ou velha, portuguesa ou estrangeira), enviando-a para:


[email protected]


Esta obra será o nosso exílio; prometo que “fica entre nós”.



Atenciosamente,

Com os melhores cumprimentos,

Ansioso para ouvir de você em breve,

Um abraço,

Beijos,

Beijinhos,

Até já,



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Ph © Susana Mendes Silva

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